segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Aliado de Luizianne sugere a Ciro Gomes aprender com irmão a ter postura de equilíbrio


Com o título “Equilíbrio emocional essencial ao homem público”, eis artigo do professor Mocair Tavares, gestor municipal, numa reação à crítica do ex-governador Ciro Gomes à prefeita Luizianne Lins (PT). Em entrevista à TV Cidade, Ciro qualificou a prefeita de “autoritária” e não poupou críticas à sdua administração Confira:


Caros leitores,
Julgo que na política o respeito deva ser a pilastra da ação de forma ainda mais eloquente que na vida privada. Penso assim, pela complexidade de pensamentos e pessoas que a ciência política e sua prática envolvem.
O ex-governador, ex-prefeito, ex-deputado federal e ex-ministro Ciro Gomes recebe de mim o maior respeito no acerto e no erro. Mas, como cidadão e ser político, não posso furtar-me de elencar críticas quando assim julgar necessário.
O senhor Ciro Gomes é, a meu juízo, aliás expressão que ele mesmo gosta de usar, um ser político extraordinário. Como político experiente e eloquente, usa do sofisma como ninguém para e através de verborragias anunciar suas verdades como se fossem verdades de todos. Nesse mister encobre fragilidades que são incovenientes a ele.
Autoritarismo? Quem, durante uma greve da saúde, chama os profissionais médicos de “pacote de sal”, refere-se à cidade de Fortaleza como sendo “um prostíbulo a céu aberto”, refere-se à própria esposa como natural apoiadora, pois “dorme comigo”… De fato, o senhor Ciro Gomes entende de autoritarismo.
Julgo que debater a cidade é um dever de todos nós. O senhor Ciro Gomes obteve votação espetacular para a congresso nacional na condição de deputado federal. Cabe uma pergunta: lá não seria um espaço interessante de debater a cidade? Por que não o fez? Aliás, qual foi a produção de vulto do mandato, de quem foi eleito, com votação recorde, pelo nosso povo? Parece-me que, mais uma vez, o respeitável senhor saiu atirando dizendo que aquilo é um lugar sem debate ou sem consecução do debate. Enfim, julgou um lugar pouco producente na política.
Outra pergunta – desculpe-me a ignorância, o ex-governador era assim tal alheio ao cotidiano da Câmara Federal? Com tantos anos de janela? Se já sabia que era assim tão inócuo, porque candidatou-se? Quando eleito, porque não produziu muita coisa para, pelo menos, tentar mudar a natureza das coisas?
A mim me parece que essa tática de criar fatos políticos, a partir de declarações deselegantes, é um meio de colocar o debate. Será o melhor? O mais educado? O mais ético?
Um homem que já transitou em partidos de expressão como, corrijam-me se estiver errado, ARENA, PSDB, PDT, PPS e, agora, PSB, ou seja mostra uma versatilidade de posições ideológicas e pensamento político, não poderia expressar igualmente uma verve equilibrada e gentil contribuindo assim para o processo pedagógico de ensinar e aprender na política, sempre elencando o respeito e o bom tratamento como fiel da balança.
Penso, de forma humilde e desarmada, que insinuações de alcova, baixo calão e outras expressões, não devam compor o elenco do político. Julgo assim que o equilíbrio deva ser uma das características fundamentais para os que se dedicam à vida pública. Nesse ponto, o irmão governador, que é mais jovem entre os dois, tem muito a ensinar ao irmão mais velho, pois prima pelo equilíbrio e economia de palavras de modo geral.


* Moacir Tavares,
Gestor Municipal, professor e doutor em Saúde Pública pela USP.

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