O que você faria se tivesse de enfrentar a vida às escuras? Ter que se deslocar pela cidade sem enxergar nada? O que você faria se tivesse família para cuidar, filhos para criar, tarefas a executar, sem a visão para lhe auxiliar?
Esta é a história do casal Edna e Bené, que se conheceram sem nunca um ter visto o rosto do outro. E que vivem juntos há 17 anos, morando sob o mesmo teto, sem nunca um ter visto o sorriso do outro.
Mas que nem por isso deixam de lado o prazer e a alegria de viver. E que, ainda por cima, dão uma lição de moral e de amor à vida do tamanho da nossa limitação.
Uma mulher que tem uma beleza incrível, por dentro e por fora. A força de vontade de Edna é perceptível, sem que seja necessário olhar para ela da forma convencional. Basta trocar algumas palavras, para se ter uma ideia do quanto estamos longe de ter a força que há naquele coração.
Quando sua mãe estava grávida, aos 5 meses de gestação, levou um coice de um carneiro, na barriga. Alguns médicos, à época, chegaram a cogitar possibilidades nada otimistas para aquele bebê ainda em formação. Poderia ter nascido tetraplégica, poderia ter uma má formação cerebral e sofrer de alguma deficiência da mente, ou mesmo ser concebida morta. Mas o único órgão do feto atingido no acidente, como milagre, foram os olhos.
Edna nasceu perfeita, na cidade de Santa Quitéria, interior do Estado, não fosse a ausência de um dos globos oculares e um rasgo no outro olho. Nascera com a deficiência visual, mas só pelo fato de nascer, já era grata. "A visão é supérflua. Sempre lutei pelos meus objetivos e, graças a Deus, sempre consegui", afirma Edna Vera.
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