O casal suspeito de matar o filho de três anos e de praticar maus-tratos ao filho mais velho, de cinco, continua preso no 2º Distrito Policial (DP), no Bairro Aldeota, em Fortaleza. As crianças foram encontradas no sábado (7) em um flat, localizado no Mucuripe. "A história é um filme de terror", afirmou o delegado Luiz Carlos Dantas, que acompanha o caso.
Uma testemunha, que não quer ser identificada, relata que o pai das crianças desceu do quarto e pediu um transporte para levar o menino que havia acabado de morrer. "Vi a criança deitada na cama com os braços abertos e com manchas no rosto e na cabeça. A mãe estava triste, mas não estava desesperada. A outra criança estava nos braços do pai e pigarreava bastante, mas não sei se ele estava gripado", conta.
De acordo com a polícia, os pais das crianças são um holandês de 32 anos e uma cearense de 24, natural de Camocim, a 362 quilômetros de Fortaleza. Os dois foram autuados, pela delegada Juliana Pinheiro, do 2º DP, pelos crimes de homicídio (infanticídio) e maus-tratos a vulnerável. Segundo o delegado, a mãe das crianças disse, em depoimento, que só tinha permissão do marido para falar uma vez por semana, por telefone, com outras pessoas, e na presença dele. "Não se pode dizer que ela estava em cárcere privado", diz.
De acordo com polícia, a criança que morreu apresentava sinais de espancamento, como lesões no rosto e no corpo. O irmão de vítima, de cinco anos, com sinais de subnutrição, foi encaminhado para o Hospital Infantil Albert Sabin. "A criança de três anos, aparentava ter apenas um, e a de cinco, aparenta ter uns três", diz o delegado Luiz Carlos Dantas. Segundo ele, na geladeira do apartamento não havia nenhum alimento. As duas crianças também não tinham registro de nascimento.
A prisão do holandês deverá ser comunicada à Superintendência da Polícia Federal que vai averiguar a situação dele no país. O corpo da criança foi periciado já foi liberado pela Perícia Forense, mas ninguém foi buscá-lo até a tarde de domingo (9). A polícia vai entrar em contato com a família da mãe das crianças para que seja providenciado a retirada do corpo.
Tadeu Nogueira
Com informações do G1CE
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