O Governador Cid Gomes, em entrevista publicada na edição deste domingo (02), no Jornal Folha de São Paulo, disse ser um erro tentar nacionalizar as eleições municipais e minimiza a crise PT/PSB. Cid destaca que buscou de todas as formas um candidato para aliança em Fortaleza e não chegou a um consenso com a prefeita Luizianne Lins (PT).
No âmbito nacional a situação é totalmente diferente, o governador cearense é um ferrenho defensor do apoio ao governo Federal e não cogita uma candidatura de seu partido (PSB) ao Palácio do Planalto. Já disse à presidente Dilma que vou apoiá-la em 2014, tranquilizou Cid Gomes em entrevista a repórter Vera Magalhães da Folha.
A análise da entrevista você tem, na edição desta segunda-feira, no Jornal Alerta Geral (Rádio FM Canaã 104.3 - Grande Fortaleza), no Bate Papo Político entre os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida. O Alerta Geral começa às 7:30 horas.
Já disse à presidente Dilma que vou apoiá-la em 2014, diz Cid Gomes
O governador do Ceará, Cid Gomes, 49, joga água na fervura da rixa entre o PSB, seu partido, e o PT e considera um erro tentar nacionalizar as eleições municipais.
"Já disse à presidente Dilma que estarei com ela em 2014", afirma, minimizando a possibilidade de o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, se lançar ao Planalto.
Para ele, questões locais levaram às disputas entre os dois aliados --inclusive em Fortaleza, onde lançou candidato contra o indicado da prefeita Luizianne Lins (PT).
Em seu segundo mandato, Cid diz que o Centro de Convenções do Ceará é a maior obra de sua gestão e ironiza a polêmica sobre o concerto de Plácido Domingo na inauguração, com cachê de R$ 3 milhões: "Olhar essa miudeza é uma mesquinharia".
A seguir trechos da entrevista concedida à Folha, na quarta-feira(29), por telefone:
Folha - Seu governo acaba de inaugurar um centro de convenções enorme. Há demanda para isso no Ceará?
Cid Gomes - Fortaleza tem uma vocação turística muito forte, e o Ceará tem 10% de seu PIB ligado ao turismo. Temos uma taxa de ocupação da rede hoteleira elevada na alta estação, mas há uma demanda desse setor por uma participação maior no turismo de negócios. Nosso centro de convenções era o quarto do Nordeste, o que nos tirava capacidade de concorrer por grandes eventos.
Qual foi o custo?
Trata-se de um investimento de R$ 600 milhões, a maior obra já concluída do meu governo. Vai representar um incremento de 1% no PIB do Ceará e de 11% no PIB do turismo, que por sua vez responde por 10% de toda a geração de riqueza estadual.
É um equipamento multiuso, que permite até oito eventos simultâneos e tem capacidade total para 20 mil pessoas. É o maior do Brasil e tem 150 eventos já agendados.
Não é exagero gastar R$ 3 milhões por um show de Plácido Domingo na inauguração?
Fizemos um evento para mostrar o centro aberto ao público, com skate, forró, axé, humor. O concerto de Plácido Domingo foi promocional, voltado para empresários, potenciais clientes. Olhar essa miudeza é uma mesquinharia. Esse equipamento coloca o Ceará no circuito nacional de eventos.
O sr. lançou candidato contra o nome da prefeita Luizianne Lins em Fortaleza. Por quê?
Temos uma aliança importante, que quero preservar. Fiz tudo que estava ao meu alcance para apoiar um nome do PT. Mas a prefeita tem uma avaliação muito ruim e, a despeito disso, impôs um candidato. Lançar um candidato sem viabilidade, para perder? Vou apoiar isso em nome de quê? Procurei Dilma, Lula, Rui Falcão. Ninguém fez nada, então me senti liberado.
Esse quadro se repete em várias capitais. O PSB ensaia rompimento com o PT?
Alguns tentam propalar a tese de que o PSB está se contrapondo ao PT, mas a verdade é que cada capital tem sua realidade própria. Tentar nacionalizar a disputa municipal é irracional, ilógico. Já disse à presidente Dilma que vou apoiá-la em 2014.
O sr. não acredita na candidatura do governador Eduardo Campos a presidente?
Em 2010 vivemos situação similar, mas inversa. Ciro [Gomes, irmão de Cid] queria ser candidato, e Eduardo defendeu que o PSB se fortalecesse regionalmente e apoiasse Dilma. O que mudou?
É o troco no veto a Ciro?
Não faço política com vindita. Só acho que o PSB não está maduro para ter um candidato a presidente agora e que a lógica é apoiarmos a reeleição da presidente Dilma.
Ceará Agora
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