Os gestores são acusados de compra de voto nas eleições de 2012. Além disso, o Ministério Público investiga supostos casos de improbidade na gestão
Nove meses após as eleições de 2012, a prefeita de Tarrafas, Lucineide Batista (PSB), e o vice-prefeito, Francisco Alves (PSDB), foram afastados ontem, temporariamente, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por suspeita de compra de voto. Eles também são acusados pelo Ministério Público (MP) de cometer atos de improbidade, por supostos superfaturamento e fraudes em licitações. Os contratos investigados somam mais de R$ 5 milhões. Por causa das ações do MP, a Justiça também afastou a secretária de Administração, Livanir Alves. O afastamento foi em caráter liminar, e os acusados podem recorrer às instâncias superiores da Justiça.
Essa foi mais uma ação conjunta dos MPs Federal, Estadual e de Contas, que se deslocaram quarta-feira a Tarrafas para cumprir mandados de busca e apreensão e intensificar a apuração. Além da secretária, os órgãos haviam pedido o afastamento da prefeita e do vice à Justiça estadual, mas, no mesmo dia, a Corte Eleitoral decidiu retirá-los dos cargos.
O TRE acatou as denúncias da coligação de oposição aos eleitos em 2012, que acusou a campanha de Lucineide de fazer doações de material de construção em troca de votos. De acordo com dados do Diário da Justiça, a prefeita e o vice entraram com recursos contra a decisão do TRE, mas não conseguiram reverter o afastamento até agora.
Segundo o promotor Lucas Felipe, os MPs também entraram em cena após denúncias da oposição à atual gestão, envolvendo supostos casos de superfaturamento na compra de combustíveis, irregularidades em licitações bem como acúmulo irregular de cargos dos servidores. O valor do suposto prejuízo aos cofres públicos não foi calculado. Deverá ficar no comando da Prefeitura o atual presidente da Câmara, Antônio Alves (PSDB). A depender do andamento do embate, Tarrafas poderá ter de passar por novas eleições.
A reportagem tentou em contato com a prefeita através de números fornecidos pela Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), mas as chamadas não foram completadas. Por volta das 17h40min, a reportagem tentou localizar um dos advogados do grupo, mas ligações não foram atendidas.
Do Jornal O POVO Online
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