quinta-feira, 12 de julho de 2012

ELA ESTAVA MARCADA PARA MORRER


PLANO B – Na carta interceptada, Bruno convoca o comparsa Macarrão a “ficar aqui” e livrá-lo da condenação pela morte de Eliza: três vezes “Me perdoe” (Alex de Jesus/O Tempo: Mercelo Theobald/Extra/Ag. Globo)
Leslie Leitão
Nunca houve dúvida de que Eliza Samudio, a jovem que teve um filho com o goleiro Bruno Fernandes, foi vítima de um enredo de barbáries que culminou em sua morte, em 10 de junho de 2010, na casa de um matador contratado pelos comparsas do então ídolo do Flamengo. Mas faltavam peças essenciais da trama, que a Polícia Civil de Minas Gerais desvendou em um inquérito de 8 500 páginas a que VEJA teve acesso. É revelador. Ali estão detalhes técnicos, científicos e testemunhais que mostram a articulação de Bruno e seu bando para atrair, sequestrar, matar e dar sumiço ao corpo da incômoda amante. Agora está claro que a caçada a Eliza foi planejada. Ela durou pelo menos cinco meses.
“Espantam a frieza e a determinação do grupo para eliminar essa moça”, diz a delegada Alessandra Wilke, à frente da investigação. Paralelamente, VEJA obteve uma série de novas evidências, exclusivas, que contribuem para fechar ainda mais o anel em torno dos responsáveis. Em Minas, conversou com o homem que apresentou Bruno e seu séquito ao matador, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola. Ouviu ainda de pessoas próximas ao grupo do goleiro que Eliza tinha em seu poder um vídeo comprometedor que ameaçava divulgar e que teria efeito devastador sobre a reputação de Bruno. E obteve uma carta, interceptada por um agente penitenciário, em que o goleiro escreve – de sua cela no presídio de Nelson Hungria, na Grande Belo Horizonte, no qual completa neste dia 7 de julho dois anos de permanência – o que nunca falou.
Ceará em rede

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