A adolescente de 13 anos acusada de matar o padrasto, Antônio Igor Brito dos Santos, 32, prestou depoimento, ontem, na 5ª Vara de Execuções da Infância e da Juventude. O juiz Manuel Clístenes de Façanha e Gonçalves, titular do Juizado, decidiu pela liberação da garota. Ele considerou que, até agora, o crime foi praticado em legítima defesa.
O fato ocorreu na manhã da terça-feira passada, em uma pousada localizada na Rua Rufino de Alencar, no Centro.
Antes de iniciar o depoimento, a menina ficou ciente de que está sendo acusada de ter cometido um ato infracional grave, tendo em vista que uma pessoa morreu. Por ter menos de 14 anos, ela foi ouvida na presença da mãe e, em seguida, liberada.
Reviravolta?
Na manhã de ontem, surgiu uma informação dando conta de que o ex-presidiário, executado com dois tiros, poderia ter sido assassinado pela companheira, que teria pedido à filha para assumir a culpa. O promotor Evânio Guedes, da Promotoria da Infância e Juventude do 1º Atendimento, disse que não recebeu tal informe, no entanto, ressaltou que, caso seja verdade, será um agravante na pena para a mãe.
Clístenes Gonçalves disse que os três depoimentos dados pela suposta atiradora foram muito coerentes. "Ela foi ouvida pela delegada da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), pelo promotor e por mim e não titubeou em momento algum, nem mesmo quando contou detalhes. Ela demonstra muitos sentimentos quando fala da violência que sofreu", afirmou o juiz.
Na presença do magistrado, a garota contou que, naquela manhã, o padrasto teria entrado no quarto em que ela dormia e lhe apalpou. Ela teria estranhado a ação porque ele nunca havia se insinuado. "No momento em que disse que iria violentá-la, ele teria apontado uma arma para a cabeça dela. No ato, o padrasto teria se descuidado da arma e, neste momento, a garota pegou e atirou. Ela disse também que, como ele chegou sozinho, imaginou que pudesse ter matado a mãe dela", disse Gonçalves.
O exame de corpo de delito atestou que a adolescente teria sido vítima de violenta agressão sexual, ocasião em que teria sido desvirginada durante o estupro. A adolescente e a mãe foram submetidas a testes residuográficos, que irão atestar quem de fato atirou.
A mãe disse que não fugiu, mas teria ido a uma delegacia registrar um B.O. contra o companheiro, por ter sido agredida por ele na noite anterior.
Fonte: DN
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